Thursday, April 28, 2005

Esvaziamento cervical


[Fig.]
A criação deste blog surgiu para satisfação de uma exigência curricular da disciplina de sistemas de informação do curso de mestrado de Gestão das Unidades de Saúde. O periodo exigido para a sua execução foi dado como terminado, surge então a hipótese de o inactivar, eliminar ou manter. Opto, sem hesitar, por mantê-lo activo pois considero-o como um exelente contributo para a minha formação pessoal.
O facto de ter dado o nome de esvaziamento cervical a este post deve-se a uma necessidade de pesquisa nesta área. Esta foi uma semana em que os esvaziamentos cervicais predominaram no meu local de trabalho. Na tentativa de actualizar conhecimentos, decidi fazer uma pesquisa acerca do assunto. Encontrei alguns artigos que aqui vou arquivar, para serem por mim, mais facilmente consultados:
Adenopatia cervical
Carcinoma da orofaringe
Metastases cervicais
metastização linfática oculta no carcinoma epidermoide das vias aerodigestivas superiores

Saturday, April 16, 2005

Ressuscitação


[ressuscitação]


"Aspectos éticos em ressuscitação" é um assunto com que muitos profissionais de saúde se deparam e as questões Ressuscitar?/não Ressuscitar? é formulada por muitos profissionais na área de oncologia. O link «éticos» e o link Ressuscitar?/não Ressuscitar? aqui criados, reportam-nos para artigos de opinião sobre esse assunto, públicado pelo British Journal of Anesthesia e que nos podem ser muitos úteis na tomada de decisão.
Continuando com a pesquisa nesta temática, encontrei um estudo ciêntifico no Journal of Medical Ethics intitulado Evaluation of do not resuscitate orders (DNR) in a Suiss community hospital onde, entre outros resultados, se conclui que a participação do doente na decisão de ressuscitar ainda é muito baixa.

Dilema ético


[dilema - Ana Fontana]

Na disciplina de ética do curso de especialização em enfermagem foi-me proposta a descrição de um incidente crítico que tivesse ocorrido durante o percurso profissional.
Reflecti sobre comunicação da verdade ao doente, por ser uma situação com a qual me deparei no primeiro ano a cuidar de doentes oncológicos, e que quero aqui partilhar.
Pensei num jovem de 21 anos de idade, com diagnóstico de Linfoma não Hodgking e com prognóstico reservado devido ao seu estadio avançado.
Tentei saber qual a percepção que ele tinha da sua própria doença e a sua resposta foi “estou aqui porque nos exames médicos da tropa detectaram-me uns caroços na barriga. O médico disse-me que se tratava de uma anemia muito avançada e que precisava ser tratada”. Não tinha noção da real gravidade do seu estado.
Seria justo não o informar da sua real situação? Se por um lado achava que ele tinha todo o direito a saber a verdade, para poder optar, ele próprio, pela sujeição ou não aos tratamentos ou por um período de vida possivelmente mais curto mas no seu ambiente natural no seio da sua família e dos seus amigos, por outro lado achava que o facto de se dizer a verdade era tirar-lhe a esperança de vida e ele era apenas um jovem de 21 anos que apesar de saber que tinha uma doença grave e que passaria por fases “menos boas” no decurso da sua doença tinha esperança de a tratar.
Teve internamentos prolongados devido aos efeitos secundários que decorriam dos vários ciclos de quimioterapia de altas doses. Entrava frequentemente em aplasia medular, com os consequentes efeitos que essa situação acarrectava.
Nunca fez perguntas em relação à evolução da sua situação clínica, aceitava todos os tratamentos passivamente por mais dolorosos que fossem. Apresentava constantemente um comportamento triste. Será que esse comportamento triste e de aceitação não seria uma entrega total à sua doença da qual já estava cansado e se sentia derrotado?
O seu estado foi-se agravando, a metastização pulmonar instalou-se e com ela a dificuldade respiratória e a debilidade física. Houve então necessidade de lhe colocar oxigénio e de ser alimentado por via parentérica.
Raramente tinha visitas por se encontrar a uma distância significativa da sua residência. Convictos da sua fase terminal, foi permitida a presença de um familiar as 24horas junto do doente ficando habitualmente a mãe ou a irmã.
Eu como enfermeira, mas essencialmente como ser humano, sentia demasiado o sofrimento deste doente talvez pelos seus longos e frequentes internamentos e pelas horas de cuidados a ele dedicados.
Considero que ele pressentiu a sua morte pois no mesmo dia, no turno da tarde, tocou a campainha intermitentemente e apesar da sua dificuldade na articulação das palavras disse “Exijo a presença da minha médica e da enfermeira chefe aqui”. Expliquei-lhe que nenhuma delas se encontrava ao serviço e perguntei-lhe se eu não podia ajudar. Ele respondeu “Eu vou morrer. A minha mãe está só para aqui a chorar é porque eu tenho uma doença grave e quero saber qual é”. Fiquei perplexa, a sua afirmação de morte tão convicta e a vontade de saber qual a sua verdadeira doença deixou-me em vários dilemas: tem o direito de saber qual a sua verdadeira patologia mas devo se eu a comunicar-lhe? Será justo dizer-lhe a verdade agora que está na sua fase terminal quando houve tanta oportunidade de lhe ser dita antes? Não será melhor ficar na dúvida do que saber que foi enganado todo este tempo?
Só consegui responder “a tua mãe está só para aqui a chorar porque não há nenhuma mãe que consiga ver um filho doente nem que seja com uma simples febre”. Não insistiu com a conversa.
Chamei a mãe à parte e pedi-lhe para evitar chorar ao pé do filho ao que ela respondeu com as lágrimas nos olhos “não é fácil ver o sofrimento de um filho”. As minhas lágrimas começaram a querer surgir e eu só consegui agarrar as mãos da senhora momentaneamente e virei costas.
Que enfermeira era eu que nem apoio conseguia dar aquela mãe naquele momento? Tinha plena consciência que se continuasse ali acabava por chorar com ela e não ficava bem a uma enfermeira chorar. Muitas vezes cheguei a indagar-me se teria perfil para trabalhar neste tipo de serviço chegando até a desejar sair para outro emocionalmente mais leve.
Nessa mesma tarde, volta a tocar a campainha de forma intermitente. Aproximei-me, olhou para mim, com ar passivo, agarrou na minha mão e na mão da mãe e começou a entrar em inconsciência. Apercebendo-me que estava a morrer pedi à mãe que se retirasse, ela respondeu sem nenhuma lágrima e cheia de convicção “o meu filho está a morrer e eu quero estar ao pé dele neste momento”. Onde é que aquela mãe foi arranjar tanta força? Só tive que respeitar a sua vontade.
Desta vez os meus olhos encheram-se de lágrimas, não consegui evitar.
Muitas vezes perguntei a mim mesma se eu tivesse mais experiência a cuidar destes doentes a reacção seria a mesma, se não reagiria de forma menos sentimentalista e se não lhe teria dito a verdade. Era o primeiro ano que estava a lidar com este tipo de doentes no entanto já tenho uma experiência de 11 anos e continuo a achar que reagiria da mesma maneira e continuo a sensibilizar-me perante algumas situações.

Saturday, April 09, 2005

Comunicação e o doente oncológico


[comunicação]

Hoje em pesquisa na b-on, e usando como recurso SpringerLink, encontrei um artigo muito interessante acerca da comunicação com o doente oncológico em cuidados paliativos. É um estudo científico que pretende concluir se existem diferenças de comunicação entre médicos e enfermeiros relativamentre a estes doentes, no que concerne especificamente à informação dada ao doente nomeadamente a diagnóstico e estadio da doença, a processos de decisões de actuação como por exemplo manobras de ressuscitação, e a informação relativa a princípios éticos. Este estudo designa-se "Communication with terminal cancer patients in palliative care: are there diferences between nurses and physicians?" para o visualizar clique no tema.

Wednesday, April 06, 2005

Aspectos psicossociais do doente com cancro

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[cancro]

O doente oncológico, como referem GARCIA et al (1996), não deve ser considerado apenas sob o ponto de vista médico ou científico mas também sob o ponto de vista psicossocial dada a complexidade de emoções e reacções que o diagnóstico de cancro, a necessidade de tratamento ou a descoberta de recidivas ou metástases originam.
"A doença é parte inevitável, comum e normal da experiência humana. (...), os efeitos da doença e as respostas diárias à mesma são vividos individual e subjectivamente de formas impossíveis de verbalizar", (BOLANDER, 1998, p. 452.
Os indivíduos atribuem, com frequência, significados às doenças e estes significados afectam a reacção de cada pessoa à própria doença.
Leão citado por PAIVA e PINOTTI (1988, p. 126), considera que:
"A moléstia traduzida pela palavra câncer foi, como tal, designada por Hipócrates, por analogia com o caranguejo, a mover-se lentamente, em todas as direcções. O câncer é entendido como uma doença em região localizada, de onde se espalha para o resto do organismo (até então sadio), «comendo-o» por derradeiro".
O cancro, como refere ESTAPÉ e ESTAPÉ (1992), desde sempre se tem ligado a uma doença incurável, com toda a problemática de uma doença crónica, mutilante, deformante, e com profundas alterações funcionais da pessoa: sexuais, laborais, sociais e económicas.

Bibliografia
ESTAPÉ, J.; ESTAPÉ, T. - Aspectos psicológicos de la enfermedade cancerosa. In ESTAPÉ, Jordi; DOMÉNECH, María - Enfermeria e cancer. Barcelona: Doyma, 1992. ISBN 84-7592-501-4. p. 290-296.

GARCIA, Ivonete; WAX, Pamela; CHWARTZMANN, Flávia - Aspectos psicossocias do paciente com câncer. In Oncologia, bases clinicas do tratamento. MURAD, André Márcio; KATZ, Artur. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. ISBN 85-277-0347-5. p.125-131.

PAIVA , Lucélia Elizabeth; PINOTTI, Henrique Walter - Câncer: algumas considerações sobre a doença, o doente e o adoecer psicológico. Acta oncológica Brasileira. S. Paulo. ISSN 0100/3127. Vol 8, Nº 3 (Setembro/ Dezembro, 1988), p. 125-132.

Em pesquisa no Journal of Clinical Oncology encontrei um estudo ciêntifico sobre ansiedade no doente com cancro que tentarei analisar mais tarde.

Tuesday, April 05, 2005

Doente terminal

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[google]

Quando as diversas formas de tratamento já não são eficazes e já não resultam em melhoria da situação clínica do doente, os cuidados paliativos podem ajudar a melhorar a qualidade de vida do doente na fase terminal.

Estatisticas globais de cancro (2002)


[bioestatistica]

É importante conhecer alguns dados estatísticos sobre o cancro e em pesquisa efectuada na Pubmed foi encontrado um trabalho extremamente interessante, publicado em 2005 pela American Cancer Society com o tema Global Cancer Statistics, 2002 que nos fornece informações acerca da incidência, mortalidade e prevalência de vários tipos de cancro a nível mundial.

Monday, April 04, 2005

Dor e doença oncológica


[Korad]

A dor aparece em cerca de 40 % dos doentes oncológicos e está presente em cerca de 70% dos doentes em fase terminal. A sua existência está determinado pelo tipo de tumor e pela sua extensão e é mais frequente em tumores ósseos, tumores da cabeça e pescoço, gástrico e génito-urinário, é no entanto, pouco frequente em linfomas e leucemias. A sua etiologia pode ser devida a causas diversas: invasão directa do tumor, secundário ao tratamento, outras causas (GONZÁLEZ BARÓN e RODRÍGUEZ LÓPEZ, 1996).
Para HOGAN e XISTRIS (1990) as neoplasias provocam dores por cinco alterações: destruição dos ossos, que consideram ser a mais frequente, obstrução de lúmens (vísceras ou vasos), envolvimento nervoso periférico, pressão dos tumores em crescimento, infecção ou necrose do tecido.
A terapia da dor é de extrema importância. Segundo os últimos autores referidos, a terapia médica da dor na fase precoce centra-se, apenas, na terapia ao cancro. Na fase tardia, a sua terapia é através de analgesia, neurocirurgia e bloqueios nervosos.
ALBACAR CALLABÉ (1992), refere que um dos aspectos mais aterradores da doença neoplásica é a dor física que se pode traduzir em transtorno psíquico. A dor é uma realidade complexa e não apenas uma reacção sensorial. A reactividade à dor, assim como a percepção da sua intensidade encontram-se modulados em cada indivíduo por seu meio sócio-cultural e são determinadas pela dimensão psicológico interpretativa que depende da história individual de cada pessoa no seu próprio contexto.
O mesmo autor refere ainda, que a dor pode ser de tal forma insuportável que o doente centra a sua atenção na sua dor alterando todos os aspectos da sua vida: afectividade, trabalho e relações sociais O doente pode sentir medo sobretudo do sofrimento prolongado, da solidão da incerteza face ao futuro.
GONZÁLEZ BARÓN e RODRÍGUEZ LÓPEZ (1996), consideram que a existência de dor no cancro pode traduzir um transtorno no processo normal, interpretação e valorização da própria situação que consideram fundamental para que o sujeito possa reagir ao stress produzido pelo cancro e/ou tratamento. Pode aumentar assim a vulnerabilidade e poderá levar o indivíduo a situações limites se não dispõe de apoio psicoafectivo e espiritual adequado.

Bibliografia
GONZÁLEZ BARÓN, S.; RODRÍGUEZ LÓPEZ, M. - El dolor. I: Fisiopatologia. Tipos. Clínica. Sistemas de medición. In González BARÓN, M., et al - Tratado de medicina paliativa Y tratamiento de soporte en el enfermo com cáncer. Madrid: Editorial Médica Panamericana S.A., 1996.ISBN 84-7903-223-5. p. 438-464.

ALBACAR CABALLÉ, É. - Enfermedad neoplásica y estrés. In ESTAPÉ, Jordi; DOMÉNECH, María - Enfermeria e cancer. Barcelona: Doyma, 1992. ISBN 84-7592-501-4. p. 297-302.

HOGAN, Rosemarie; XISTRIS, Deanna M. - Cancro. In PHIPPS Wilma J.; Long, Barbara C.; WOODS, Nancy Fugate - Enfermagem médico-cirúrgica: conceitos e prática clínica. 1ª ed. Lisboa: Lusodidacta, 1990, vol. 1. ISBN 972- 95399-0-I. p. 331-397.

Em pesquisa na ProQuest encontrei um estudo que complementa esta pesquisa bibliográfica, intitulado Pain management in paliative care:a case study, publicado pelo Journal of Community Nursing em Março de 2005. É um estudo de caso que se refere á forma de gestão da dor nas mulheres com metástases ósseas.Este artigo apresenta-se também traduzido em Português.

Saturday, April 02, 2005

Como surge o cancro?


[formação tumoral]

O cancro pode ser designado como um crescimento anárquico de células que sofreram alterações. A forma como esta doença surge pode ver-se descrita no seguinte site. As causas atribuidas à origem do cancro ainda não estão totalmente esclarecidas.